Foi durante a exibição de LOST que eu tomei conhecimento
desde filme, já que a obra foi uma das inspirações para a criação da série. Mas
só agora que eu fui conferir o filme e descobri que se trata de uma das obras
literárias mais lidas nos EUA. É praticamente leitura obrigatória nas escolas
americanas. Eu mesmo nunca tinha ouvido falar e fiquei super interessado na
obra.
Um grupo de meninos sofre um acidente e cai no mar próximos
a uma ilha. São crianças de uma escola de cadetes do exercito. Sozinhos no
ambiente eles tem que sobreviver enquanto aguardam resgate ou não. Em um mundo
sem regras, indivíduos com pouca experiência (crianças) tem que ditar suas
próprias regras e se aproximam da selvageria.
Senhor das Moscas é um livro cheio de referencias e
simbolismos que foi transposto para a tela seguindo fielmente sua versão
impressa. É o tipo de filme excelente para um grupo de discussão, já que
levanta diversos temas tanto de aspecto pessoal quanto social.
No inicio do achei o filme meio fraquinho, mas quando
terminou era impossível ignorá-lo, passei dias comentando sobre ele.
Baseado na historia de um gerente de time de baseball que
cria um sistema de analise para comprar jogadores desvalorizados e assim montar
um bom time com pouca grana. Diferente
dos filmes de esportes, Moneyball mostra os bastidores de um esporte. No caso o
beisebol.
O filme foca demais no personagem do Brad Pitt e perde a
oportunidade de mostrar um pouco mais dos bastidores do esporte, as intrigas e
as confabulações entre os técnicos, jogadores, olheiros e demais
personagens.A parte técnica atende aos
padrões de Hollywood, competentes mas dentro do padrão.
Como a temática não me interessa, achei o filme bem
chatinho. O que realmente me chamou mais atenção foi a atuação de Brad Pitt, graças
ao tempo que ele tem para desenvolver o personagem.
Moneyball é um filme com roteiro enxuto, mesclando cenas
reais e recriação de fatos, tem um elenco competente e é bem dirigido. Foi só
mesmo a falta de intimidade com o esporte que não me atraiu tanto para o drama
do longa.
Acredito que dá para fazer um bom cinema, independente de
diálogos, como o Artista fez ou apenas com belas imagens, como A
Arvore da Vida. Assim como apenas bons diálogos, a exemplo de 12 homens e
uma sentença.
São filmes que se destaca, por usar de técnicas cinematográficas para passar
uma ideia, uma estória, uma reflexão sem seguir o padrão de sua época. Provando
que é possível fazer cinema sem cair em uma padronização de um roteiro
estruturado, do uso de todas as tecnologias atuais ou mesmo de alguns elementos
que se julgam primordiais hoje em dia para uma projeção, como por exemplo, o
áudio.
No caso do Artista, seu maior destaque vai além da projeção.
Ele contextualiza em um cenário de filmes que faz uso de uma tecnologia notável
atualmente, porem se exibe como um longa de quase um século atrás. A ironia é
tanta que, seu "maior adversário"foi um filme que se destaca por fazer usar com excelência a atual
tecnologia 3D. A própria mensagem do
filme mostra isso, a batalha entre o novo e o velho, a mudança da tecnologia, e
até mesmo a pressão que existe para se adequar a um padrão de aceitação.
Por isso, filmes como estes, são muitas vezes negligenciados
ou mal interpretados, por achar que só porque é P&B ou os atores não falam,
o filme não presta.Convidei uma menina
para ir comigo ver O Artista no cinema, quando eu disse com certa empolgação
que o filme era ,mudo e em preto e branco, ela perguntou se eu era louco.
Mas entendi o ponto de vista dela, realmente o Artista é um
filme para quem aprecia mais a 7ª arte, alem de uma singela e doce homenagem ao
cinema e sua história.
Este ano me dediquei em ver toda a obra do polemico diretor
David Croneberg, que teve dois filmes lançados nos cinemas brasileiros em 2012. Cosmópolis, seu ultimo trabalho, é uma
obra de difícil “digestão” baseada em uma adaptação muito fiel do livro
homônimo deDon Delillo, eroteiro do próprio Croneberg.
Eric Park, um milionário que tem um único desejo, cortar o
cabelo. Uma atividade normal para qualquer mortal se ele não teimasse em cruzar
uma Nova York distópica e socialmente caótica e problemática em sua limusine high
tech. No trajeto Packer tem diversos encontros oportunos ou não, como reuniões
de negócios, sexo, observações filosóficas, e até mesmo um exame clinico que
inclui um desconcertante exame de próstata no qual o protagonista trata com
extrema trivialidade. Isso tudo sem sair do carro.
Alienação, ambiguidade, isolamento, sexo e morte permeia
toda a trama conduzida de forma extremamente competente pelo diretor, mas isso
não facilita a compreensão do expectador que tem cenas vomitadas á sua frente,
muitas vezes sem que haja indicação de um significado especifico nos
acontecimentos mostrados.
Em algumas passagens o texto é praticamente transposto para
a tela, o que deixa o filme extremamente lento e enfadonho. Características
semelhante também ao protagonista que se mostra sempre apático, totalmente
alienado ao mundo a sua volta. Desempenho que Robert Patirson atinge sem
esforço. O filme também conta com um elenco de atores experientes que aproveita
ao maximo o curto tempo de tela que o roteiro oferece.
Cosmópolis é um filme que exige do expectador, por se tratar
de uma obra cansativa as chances de se desinteressar são grandes. Permeado por
filosofias sobre dinheiro, ambição, sexo e poder, tudo isso exposto de uma
forma singular e desagradável. Um filme bem diferente, talvez o mais, de um
diretor que é conhecido por fazer filmes estanhos.
Passou batido na época do seu lançamento. E confesso que fui
um pouco preconceituoso por se tratar de uma história sobre companhias de
petróleo americanas. Achei que o filme fosse burocrático e enfadonho e acabei
julgando antes mesmo de ver. Mas com
toda a repercussão que teve percebi que não tinha como fugir, que uma hora ou
outra eu teria que vê-lo. E a certeza era tão grande que acabei comprando o DVD
e deixei aqui na estante, aguardando o momento certo. Ele finalmente chegou.
Tudo começa na escuridão de uma mina, e como que se brotado,
ou melhor, cuspido pela “Terra” Daniel Plainview descobre ouro e prata. Após
levantar uma grana ele junta alguns homens e dá inicio as escavações até que
por acaso acha petróleo. A partir dai ele mesmo se auto intitula um produtor de
óleo e sai em busca de mais poços onde consiga fazer o petróleo jorrar. Em uma
trajetória insana em busca de riqueza e poder, pela simples e pura ambição,
Plainview sufoca cada vez mais sua humanidade a ponto de dizer em certo momento
do filme que seu maior sonho é se isolar do mundo vivendo consigo mesmo e com
sua riqueza.
Com pleno domínio de narrativa e mantendo sempre uma direção
elegante Paul Thomas Anderson faz de Sangue Negro praticamente um clássico
moderno sendo prestigiado tanto pelo público quanto pela crítica. Graças a uma
exima direção de arte associada a uma fotografia exuberante, ele cria cenas
idênticas ao material de pesquisa da época, criando assim uma realidade não
muito distante do que foi a vida no sul dos EUA no inicio do século passado.
Mas o grande destaque do filme é o ator Daniel Day Lewis, que
em memorável atuação cria um personagem complexo e marcante. Outro destaque do
elenco é o pequeno Dilon Freasier que tem uma ótima química do Day Lewis.
Nascido para ser um classico, Sangue Negro é filme longo,
são quase 3 horas de projeção que por alguns momentos parecem se arrastar, mas
em outros o tempo avança quase sem se perceber. Tem como pano de fundo a maior
riqueza do nosso tempo,mostra de forma
épica a e ascensão de um magnata do petróleo e sua luta pelo controle de
corações e mentes em busca de poder.